Icasa
vence e aumenta drama da Lusa em ‘velório’ para 453 pagantes
O
torcedor da Portuguesa torce para que o ano acabe rápido, mas o calvário vivido
pela equipe nesta temporada parece estar longe do fim. Nesta sexta-feira, em um
Canindé praticamente vazio – 453 pagantes-, a Lusa chegou ao 13º jogo sem
vencer na Série B do Campeonato Brasileiro. O adversário desta vez foi o Icasa,
que também briga contra o rebaixamento e triunfou por 2 a 1.
Diante de um cenário praticamente irreversível, a Portuguesa
pode ser rebaixada já na próxima terça-feira. O clube do Canindé é o lanterna
da Série B, com 21 pontos, podendo fechar a rodada a 15 do primeiro time que
está fora da zona de rebaixamento. O jogo que poderá confirmar a queda será
diante do Oeste, às 19h30 (de Brasília), ainda com cinco compromissos para o
fim do torneio.
O Icasa, por sua vez, aproveitou a crise sem fim vivida pelo seu
adversário nesta Série B do Brasileiro. Na luta contra o rebaixamento, o Icasa
chegou aos 35 pontos, ainda se mantém na zona da degola, mas pode deixar a
incômoda situação já na próxima rodada. O duelo, marcado apenas para 01 de
novembro, será contra o Náutico, no Romeirão, em Juazeiro do Norte.
Icasa
decide em oito minutos
A torcida da Portuguesa, ciente de que sua equipe vai disputar a
Série C na temporada seguinte, compareceu em pouco número ao Canindé. A
esperança de ver ao menos uma exibição honrosa, no entanto, não durou muito.
Logo em seu primeiro ataque, o Icasa ganhou escanteio, mandou a bola para a
área, Érik disputou a bola e Naylhor apareceu livre para abrir o placar.
O gol fez com que o Canindé, já melancólico, ganhasse clima de
velório, mas o Icasa ainda deixou o cenário pior. Sem reagir, a Portuguesa
aceitava o domínio do time cearense, que figurava no campo de ataque sem
precisar se preocupar com a marcação adversária. Desta forma, Ivonaldo tabelou
com Érik, invadiu a área pela direita e marcou o segundo com oito minutos de
bola rolando.
O time rubro-verde estava ainda mais perdido em campo. O único
lúcido, porém, ainda conseguiu amenizar o estrago dos primeiros minutos. Mais
uma vez, Gabriel Xavier chamou a responsabilidade e passou a prender a bola no
ataque com jogadas individuais. A postura deu resultado. Aos 15, depois de
desarmar Mauri, invadiu a área e sofreu pênalti, convertido por Léo Costa.
A partida, enfim, parecia ter dois times em campo. Depois de
assistir o Icasa nos primeiros minutos, a Portuguesa passou a se organizar e
quase chegou ao empate em chute de Felipe Nunes. A defesa rubro-verde, porém,
ainda deixa a falta de qualidade técnica da equipe em evidência, permitindo com
que os cearenses chegassem ao gol com facilidade até o intervalo do jogo.
Cearenses
gritam “olé” no Canindé
O final de primeiro tempo mais equilibrado serviu de alento para
o torcedor, que já pensava em deixar o Canindé no começo do jogo com a derrota
por dois gols de diferença. Na volta do intervalo, os jogadores da Portuguesa
também mostraram maior animação e já chegaram com perigo aos 10 minutos, quando
Luan desviou de cabeça e viu Busatto fazer a defesa.
Desta forma, os mandantes tentaram manter o bom momento,
voltando a assustar no minuto seguinte. Nerylon arrancou pela direita, cruzou
rasteiro, Felilpe Nunes emendou de primeira e vi o goleiro icasiano defender
mais uma vez. Aos 21, em nova jogada de Nerylon pelos lados, Luan apareceu
livre dentro da área, desviou de cabeça, mas a bola sem força parou nas mãos de
Busatto.
A reação, no entanto, foi freada pelo despreparo psicológico dos
jogadores da Portuguesa. O experiente André Astorga, que já tinha cartão
amarelo, colocou a mão na bola para cortar um passe no meio de campo, e foi
expulso aos 29 minutos. Pouco tempo depois, Nerylon, que vinha bem na partida,
também perdeu a cabeça, deu um tapa no rosto de Ivonaldo e recebeu o vermelho.
Neste momento, o sistema de som do Canindé já anunciava o menor
público da torcida da Portuguesa nesta Série B: 453 pagantes. Nas
arquibancadas, os cearenses que compareceram ao confronto aproveitaram a
vantagem numérica da equipe para fazer a festa. O Icasa passou a tocar a bola e
o “olé” ouvido no estádio era o desfecho de um melancólico velório rubro-verde.